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Colheita de arroz no Sul de SC tem desempenho positivo e está prestes a ser finalizada

Clima favorável e produtividade garantem bons resultados, mas produtores também têm desafios pela frente

24/03/2025 às 23h26 Atualizada em 27/03/2025 às 11h30
Por: Amanda Garcia Ludwig
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Amanda Garcia Ludwig | Portal Olhar do Agro
Amanda Garcia Ludwig | Portal Olhar do Agro

A colheita do arroz está chegando ao fim no Sul de Santa Catarina, com boas perspectivas para os produtores. O cenário neste início de 2025 é bastante diferente do ano passado, quando as enchentes no Rio Grande do Sul comprometeram grande parte da safra e impactaram o mercado. 

O estado gaúcho, que é o maior produtor de arroz do Brasil, sofreu perdas significativas, o que afetou também Santa Catarina, o segundo maior produtor nacional. Diferente do último ciclo, a safra atual tem sido considerada positiva pelo setor. O clima seco e as temperaturas elevadas favoreceram a produtividade das lavouras catarinenses. 

Em Forquilhinha, o produtor Gledisom Colombo contou, em entrevista ao Portal Olhar do Agro, que a colheita deste ano ocorreu sem grandes imprevistos, e garantiu bons rendimentos por hectare. “Esse ano foi muito bom. A gente vem crescendo nos últimos quatro ou cinco anos. Não tivemos uma grande mudança no manejo, mas acredito que melhorias na qualidade da semente e o uso de tecnologia têm refletido diretamente na produção”, comenta.

Produtor Gledisom Colombo. Foto: Amanda Garcia Ludwig | Portal Olhar do Agro

Preço do arroz e os desafios para o produtor catarinense

Apesar do bom desempenho no campo, o preço pago pelo arroz tem sido motivo de preocupação para o produtor. Segundo Colombo, o mercado está pagando menos na saca do grão em comparação com anos anteriores. O presidente do Sindicato das Indústrias de Arroz de Santa Catarina (SindArroz SC), Walmir Rampinelli, explica que esse movimento de preços é esperado diante do aumento da produção. 

“Com uma safra maior e com qualidade, há uma oferta elevada no mercado, o que influencia na precificação do grão. A valorização também depende da demanda interna e das exportações”, esclarece Rampinelli.

Colheita do arroz em Forquilhinha. Foto: Amanda Garcia Ludwig | Portal Olhar do Agro

 

Outro desafio enfrentado pelos produtores é a escassez de mão de obra no campo. O produtor destaca que a mecanização e o uso de tecnologias, como drones para pulverização e semeadura, têm sido fundamentais para driblar essa dificuldade. “Hoje quase tudo é feito com máquinas, porque falta gente para trabalhar. Mesmo pagando um bom salário, é difícil encontrar mão de obra especializada para o campo”, afirma.

Do campo à mesa: beneficiamento do arroz e os derivados no mercado

Após a colheita, o arroz passa por um processo de beneficiamento antes de chegar ao consumidor. Nas indústrias, o grão é seco, descascado e polido. Ainda no campo, a umidade do arroz no momento da colheita é um dos fatores cruciais, já que níveis superiores ao ideal resultam em descontos para o produtor. “O padrão é de 13% de umidade. Acima disso, há perdas, o que impacta a rentabilidade”, explica Colombo.

O beneficiamento do arroz é um processo fundamental para transformar o grão em um produto consumível. Para obter o arroz branco polido, a casca (cerca de 22%) e o farelo (cerca de 10%) são removidos. O arroz é um dos poucos cereais consumidos integralmente, com várias formas de apresentação no mercado. A seguir, detalhamos os tipos de arroz mais comuns, com informações do SindArroz:

  • Arroz Integral: Este tipo de arroz é obtido pela simples retirada da casca. Conhecido por ser mais saudável, o arroz integral mantém as propriedades nutricionais do grão, como fibras e vitaminas. No entanto, seu tempo de cozimento é mais longo e, se não consumido rapidamente, pode apresentar risco de ranço.

  • Arroz Polido: O arroz polido é o clássico arroz branco, amplamente consumido no Brasil e no mundo. Ele passa pelo processo de remoção da casca e do farelo, resultando em um grão mais claro e de sabor neutro. Representa cerca de 75% do arroz consumido mundialmente, devido à sua durabilidade e versatilidade no preparo de diferentes pratos.

  • Arroz Parboilizado: Este tipo de arroz passa por um tratamento de imersão em água e calor, o que preserva as vitaminas do grupo B e minerais essenciais. Ele é mais nutritivo que o arroz branco, além de apresentar características que ajudam a manter os grãos soltos após o cozimento. Sua participação no mercado é de cerca de 25%.

  • Arroz Parboilizado Integral: Similar ao parboilizado, mas sem o polimento, o arroz parboilizado integral conserva melhor suas fibras e é uma alternativa para quem busca uma alimentação mais rica em nutrientes e que tenha uma melhor durabilidade.

Indústria de beneficiamento do arroz. Foto: Amanda Garcia Ludwig | Portal Olhar do Agro

 

O grão aproveitado de forma integral

Além do grão consumido diretamente, o processo de beneficiamento do arroz gera vários derivados, que são aproveitados em diferentes segmentos da indústria. Entre os principais derivados, destacam-se:

  • Farelo de Arroz: O farelo é utilizado principalmente na alimentação animal, mas também pode ser aproveitado como suplemento de fibras em produtos alimentícios. Seu uso em rações contribui para a dieta de diversos tipos de animais.

  • Farinha de Arroz: A farinha gerada pelo processo de moagem do arroz é um ingrediente essencial na fabricação de produtos como bolos, tortas, bolinhos e até macarrão. É também a base para a produção de sopas instantâneas e mingaus.

  • Óleo de Arroz: Extraído do farelo, o óleo de arroz é rico em ácidos graxos como o oleico e linoleico, além de ser um excelente antioxidante devido à presença de substâncias insaponificáveis. Ele é amplamente utilizado na culinária, especialmente por suas qualidades nutricionais.

Esses derivados desempenham um papel importante na diversificação da produção e no aproveitamento integral do arroz, contribuindo para a sustentabilidade do setor.

Sindicato fortalece a integração entre indústrias e produtores no Sul

Walmir Rampinelli. Foto: Divulgação

Nos últimos anos, a presidência do SindArroz foi assumida por Walmir Rampinelli, empresário da região sul de Santa Catarina. Durante sua gestão, o sindicato fortaleceu a integração entre as indústrias de arroz, que, no total, somam 27 associadas, sendo 22 delas no sul catarinense.  

Rampinelli aponta que a indústria enfrenta desafios, mas que ter o sindicato mais próximo do produtor do Sul tem gerado uma maior integração e visibilidade. "No passado, havia uma percepção de antagonismo entre a indústria e o produtor, mas, na verdade, quanto maior o preço do arroz, melhor para ambos", conclui.

Para o presidente do SindArroz SC, a expectativa para o arroz catarinense segue otimista. “Estamos colhendo uma safra de qualidade, com alta produtividade. Agora, o setor precisa acompanhar o comportamento do mercado para garantir preços justos aos produtores e manter a competitividade do arroz catarinense no cenário nacional”, conclui Rampinelli.

Com a colheita adiantada e bons rendimentos, Santa Catarina reforça sua posição como um dos principais produtores de arroz do Brasil, apostando na tecnologia e no manejo eficiente para garantir a sustentabilidade da cultura.

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